CRÍTICA A COMPREENSÃO CIENTIFICISTA MODERNA: UM ERRO ONTOLÓGICO E EPISTEMOLÓGICO.
I) NOÇÕES SOBRE O ENTENDIMENTO QUÂNTICO: UM ERRO EPISTEMOLÓGICO.
Um amigo me trouxe a dúvida sobre o entendimento da física quântica em relação a realidade: Os físicos aceitam atualmente com certa maioria que os objetos reais são os objetos observáveis; Eles generalizam o método próprio de compreensão empírica sobre um objeto, para uma compreensão empírica e experimental do real.
Como muitos sabem, epistemologia está entre as minhas maiores faculdades de aprofundamento, se não a que mais me aprofundei. Por conta disso decidi demonstrar brevemente o erro epistemológico da ciência contemporânea (que é fruto da teimosia deles de separar a realidade da ontologia real).
Voltando ao entendimento científico: Isso é um claro problema da epistemologia positiva/científica.
Que não se confunde com a fenomenologia dos objetos sensíveis.
A fenomenologia diz que os objetos precedem SIM nossa percepção, porém, eles se manifestam de uma maneira complacente ao nosso universo observável; Difere-se, no entanto, a fenomenologia do empirismo epistemológico - Para os físicos, o elemento real é o elemento observável e não o elemento observável um elemento real.
Logo, os físicos acreditam que o elemento real é fruto da capacidade de ser real que só existe nas observações do real.
Existe aí uma categorização da realidade sobre leis arbitrárias da física que fixam a existência ao sensível e o sensível ao experimental.
Como sempre a física é um fracasso epistemo>LÓGICO<.
Os elementos são reais na medida em que são necessários, eles não são reais na medida em que são experimentais.
A astronomia mesmo admite diversos elementos necessários que não são experimentais na atualidade.
Isso pois a existência não deriva de uma capacidade, mas sim de uma NECESSIDADE que se produz por meio de algo chamado NATUREZA - A natureza de um objeto derivável (i.e, fruto de leis universais), permite que algo (A) exista.
inversamente: a existência de um objeto que permanece sob lei específica, só sustenta um elemento inserido nessa mesma realidade que justifique essa lei em abstrato.
P.ex:
Objetos trabalham com calor pois o calor gera potência (Atos/todos os sentidos); Se existe o calor é pois existe a necessidade dele para a vida.
Logo, não existe vida pois se tem a morte, mas se existe a vida pois se tem fogo (calor/potência/ essência).
É ridículo pensar que um elemento existe só por suas qualidade do que seria arbitrariamente "existir".
Suponhamos que tomemos somente as qualidades de um objeto para declara-lo existente: teríamos, por então, não um objeto (substância) mas uma construção-de-objeto (adjetivos) sustentando um falso predicado.
A epistemologia sempre nos deixou claro que os objetos em matéria com sua complexidade e individualidade, são frutos de uma simplicidade ascendente e universal muito maior, chamada: NATUREZA, e que a FÍSICA é somente mero reflexo material dessa mesma NATUREZA.
Ora, pois a própria natureza física é fruto de uma natureza metafísica.
Pois o que seriam as leis da matéria se não arbitrariedades sobre as leis da ontologia? Ok, nesse ponto a epistemologia conversa com a ontologia, no sentido de que não se pode deduzir razão de derivação.
Somente de universalidade.
E não há que se falar de universalidade na perspectiva do sensível que é por si, derivável, por tanto, não há que se falar em razão sobre o entendimento físico de uma existência empírica e experimental do real.
Isso é fruto da demência moderna, somente.
Se compreendermos que todo elemento hoje existente, já existia em essência antes de sua materialização (dada substância e essência dos objetos), fica ridículo presumir que a existência seja fruto de uma razão experimental.
Apriori já digo que razão alguma poderia ser experimental, já que a experiência se limita ao procedimental e não ao elemental - Porém, há de ficar ainda mais vaga a missa, pois não somente a razão não pode ser passível de experimentação (e temos a existência como a razão máxima), como também a própria manifestação física de um objeto pressupõe uma essencialidade substancial-teórica (como o propões Higgs NA PRÓPRIA FÍSICA); Seria de uma burrice sem precedentes - Uma vez sabendo da unidade física dos elementos em criação/matéria e também do entendimento ontológico de mesma estrutura - Deduzir que a realidade se traduz na capacidade de contemplação.
Nós contemplamos aquilo que é fruto de uma realidade materialmente reflexiva à sua ordem ontológica e EPISTEMOLÓGICA - A complexidade é o caminho obscuro para o entendimento da simplicidade de todas as coisas (possíveis e NECESSÁRIAS, mas se necessário já é possível). Hoje a física vem por tomar caminho inverso a ordem epistemológica (mas está aí se dizendo uma ciência): Ela toma as coisas com SIMPLICIDADE e caminha rumo a uma COMPLEXIDADE (categórica, apenas); Ou seja, toma caminho inverso à episteme!
III) A RAZÃO EPISTEMOLÓGICA ENTRE SER E ABSOLUTO: O PROBLEMA DE SCHELLING, A SOLUÇÃO DE HOLDERLIN - UMA CRÍTICA APURADA SOBRE EXISTÊNCIA EMPÍRICA E RAZÃO INFUNDADA:
Podemos querer dizer que, para que a crença A seja apropriadamente baseada na crença B (ou crenças B1 e B2, ou B1, B2 e ... Bn), a verdade de B deve ser suficiente para estabelecer a verdade de A; Em outras palavras, B deve implicar A. (Devemos considerar a relação entre as crenças e informações sensoriais abaixo.) No entanto, se quisermos permitir a nossa falibilidade, devemos dizer que a verdade de B daria uma boa razão para acreditar que A também é verdadeiro (tornando provável ou provável que A seja verdade). Uma elaboração que conta como uma boa razão para a crença, portanto, é uma parte essencial de qualquer explicação internalista da justificação.
No entanto, há uma condição adicional que devemos acrescentar: a crença B deve ser justificada, uma vez que as crenças injustificadas não podem conferir justificação a outras crenças. Porque a crença B também deve ser justificada, deve haver alguma crença justificada em que B se baseia?
Se assim for, C deve ser justificado, e pode derivar sua justificação de alguma crença justificada adicional, D.
Essa cadeia de crenças que deriva sua justificação de outras crenças pode continuar para sempre, levando-nos a uma regressão infinita. Embora a ideia de um regresso infinito possa parecer preocupante, as principais formas de evitar tal regressão também podem ter os seus próprios problemas. Isso levanta o "problema de regressão", que começa com a observação de que existem apenas quatro possibilidades quanto à estrutura das crenças justificadas de alguém:
I .A série de crenças justificadas, cada uma baseada na outra, continua infinitamente.
II . A série de crenças justificadas volta ao início (A é baseado em B, B em C, C em D e D em A).
III. A série de crenças justificadas começa com uma crença injustificada.
IV. A série de crenças justificadas começa com uma crença que é justificada, mas não em virtude de se basear em outra crença justificada (compreende-se uma razão como fundamentação e não uma crença, a qual seria uma categoria humana e arbitrária sobre o elemento razão que se faz universal).
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Essas alternativas parecem esgotar as possibilidades. Isto é, se alguém tem alguma crença justificada, uma dessas quatro possibilidades deve descrever as relações entre essas crenças. Como tal, uma explicação internalista completa da justificação deve decidir entre os quatro.
Correto?
Vamos, então, considerar cada uma das quatro possibilidades mencionadas acima. A alternativa I. parece inaceitável porque a mente humana pode conter apenas muitas crenças finitas, e qualquer processo de pensamento que leve à formação de uma nova crença deve ter algum ponto de partida. A alternativa II. parece não ser melhor, já que o raciocínio circular parece ser falacioso. E a alternativa III. já foi descartada, pois torna a segunda crença na série (e, portanto, todas as crenças subseqüentes) injustificada. Isso deixa a alternativa IV., que deve, por processo de eliminação, estar correta .
O caminho para a compreensão do ato "compreender" é contrário a um fundamento complexo (justificação de elementos justificados), ele se fundamenta na simplicidade (fundamentação de elementos sinteticamente previstos).
Colocando em cheque o entendimento de que o conhecimento se dá pela justificação de objetos presentes, ele em verdade se descobre no tɛlɔs (telos) do objeto presente e não em sua função - De maneira tal que se um objeto existe, ele existe de maneira necessária para sua existência (como os animais no cumprimento da cadeia alimentar, p.ex.) e se um objeto existe em mente, é pois ele se faz necessário, sendo necessário ele se faz possível.
Os elementos não existem de modo a compor a matéria, pois antes de matéria, todos os elementos estariam compondo a ideia.
Schelling retoma as questões levantadas por Jacobi e Fichte em dois textos de 1795: Do Eu como Princípio da Filosofia ou do Incondicional no Conhecimento Humano , e Cartas Filosóficas do Dogmatismo e da Crítica; Em um movimento que prefigura aspectos do questionamento de Heidegger sobre a noção de ser, ele reinterpreta a pergunta de Kant quanto à condição de possibilidade de juízos sintéticos a priori como uma questão sobre: "por que há um domínio de juízos, um mundo manifesto que requer sínteses pelo sujeito. para que o conhecimento seja produzido?"
Em Of the I (cp System of Transcendental Idealism) , Schelling coloca a questão de Kant em termos fichteanos: “como é que o absoluto sai de si mesmo e se opõe a um Não-eu a si mesmo?” ( Sämmtliche Werke).
Ele sustenta que a condição do conhecimento, a "postulação" do eu que se opõe a ele, deve ter um status diferente do determinado domínio que ele postula: "nada pode ser postulado por si mesmo como uma coisa, isto é, um absoluto". coisa incondicionada ( unbedingtes Ding ) é uma contradição ”.
No entanto, sua principal preocupação com a posição de Fichte já se torna aparente nas Cartas Filosóficas , onde ele retira a terminologia Fichteana: “ Como é que eu dou um passo para fora do absoluto e me movo em direção a algo oposto (auf e en Entgegengesetztes)? ” - O problema que Schelling enfrenta foi identificado por seu amigo Hölderlin, à luz da formulação de Jacobi do problema do "incondicionado".
Fichte queria entender o absoluto como um eu para evitar o problema da natureza "em si" - Para que algo seja um eu, porém, deve ser consciente de um outro e, portanto, de um relacionamento com esse outro - A estrutura geral do relacionamento não poderia, portanto, ser descrita apenas de um lado desse relacionamento (no sentido material e empírico de um objeto). Hölderlin argumentou que é preciso entender a estrutura da relação entre sujeito e objeto na consciência como fundamentada em "um todo do qual sujeito e objeto são as partes (que seria a realidade/razão/substância/essência de um objeto)
Scheeling já procurava solucionar o problema de que, ao afastar a compreensão do absoluto, ele estava: Não afastando a razão da crença, mas distanciando objeto de natureza... É justamente neste ponto que nasce a importância deste texto: Um objeto não pode se desvincular de sua natureza ou da natureza transcendental que lhe permite existir, como alerta Holderlin - Existe uma estrutura que fundamenta o que é sujeito e objeto, antes mesmo do conceito de existência se manifestar quanto/como fenômeno que é.
Secundariamente: Não se deve confundir a crença com a razão. A primeira é justificação justificada pela segunda, quanto a segunda se justifica em-si-mesma, i.e, um elemento em-si-para-si.
Por fim, entende-se que no conceito epistemológico, a existência só se concebe pois existe uma razão que permeia o fenômeno (leia-se: movimento) de existir.
É desta mesma compreensão que se entende a finitude das coisas: Os elementos não são finitos pois existem, mas sim eles existem por serem finitos - Uma vez que a existência é uma razão (metafísica) passível de ordem (física/material/matéria) - O ato de existir implica no ato de compreender (objeto) e Ser (sujeito).
Tudo que existe compreende algo (pois é dotado de necessidade) e acaba por Ser algo (pois é dotado de capacidade/interação).
É impossível separar, então, o absoluto do existente ou conceber a existência como o empírico;
A existência deve ser compreendida como razão - Que atua entre X - necessidade e Y - propósito.
havendo: Existir POR ALGO e
Existir PARA ALGO.
P.ex:
O ar existe pela necessidade de preservação da vida e de resultantes químicos sob milênios de evolução - O ar é uma necessidade do que se entende por vida, tal qual o fogo, ele existe para a vida e em vida.
Mas, não somente ele existe para a vida (em sua formação), mas existe pela vida (pois renova-se dentro dela).
Assim, um objeto obedece mesma razão: ele existe em necessidade de um ato (ação=resultado) e pelo propósito de um fato (fenômeno=interação).
Até mesmo a ordem fenomenológica está submetida a razão epistêmica: Um objeto existe (por necessidade) e continua a existir (para manifestar-se) e deixaria de existir, popularmente e conceitualmente, ao deixar de se manifestar (i.e, fenomenologia pura) - De modo que atribuir empirísmo ao a existência de determinado objeto, seria admitir que um objeto permanece existindo e passa a existir sem razão que não seja uma causa já existente (e voltamos no erro epistemológico II e III no problema da regressão eterna - Onde a justificação não se pode pautar em outro elemento justificado (que está sem razão-de-ser).
III) CRÍTICA AO CONCEITO CIENTÍFICO DE EXISTÊNCIA BASEADO EM
SOREN KIERKEGAARD:
A in-sistência é mas não ex-iste. Kierkegaard disse algures que "Deus é, não existe, o homem não é, existe".
A realidade não se limita à existência mas também à modalidade real da inexistência. Por outras palavras: real vai além de existente, engloba também o insistente, a interioridade não manifesta. O pensamento move-se da existência concreta para a insistência abstracta e vice-versa.
"Toda a essência conceptual ou ideal é uma insistência mas a essência em geral deveria distinguir-se da insistência ou estado de interioridade, que é uma sua propriedade acidental" - O que caracteriza fundamentalmente a essência não é o ser interior a mas o ser forma ou conjunto de notas fundamentais de uma coisa; O ser é, assim, dupla consistência ou presença: insistência e existência. O ser determinado, i.e, dotado de forma, matéria, etc, é essência.
Assim, de fato, nada pode postular a si-mesmo (Schelling), por uma razão lógica onde as determinações determinam objetos que derivam de suas diretrizes, de modo que a existência não se determina pelo fenômeno como os objetos existentes, ela se determina pela razão.
Logo a existência não "existe", a existência razão em forma e matéria (ontológicamente) e também, a existência se faz um postulatória do existente, como você sabiamente coloca, pois a razão epistemológica do existente não está na permanência (objeto material), mas na concepção (ideia/forma) - O existente (em matéria), não se traduz no ato de existir, somente, mas também há a imanência concreta da natureza Ontológica e fenomenológica do ato de existir.
P.ex.: Em Hegel, a existência é uma reprodução do fenômeno realidade, sendo a realidade (Ser-por-si) uma substância do existente (Ser-em-si) em consonância com a razão (Ser-para-si).
De fato a existência não SOMENTE "existe", ela SUBSISTE na própria razão.
Pois o "nada", também não se faz elemento Inexistente, mas somente elemento não-consistente.
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